O TeatroSilva nasceu em agosto de 2008, numa escola pública, no bairro do Tucuruvi. Numa sala de teatro abandonada, feita de depósito de carteiras, cadeiras e outras bagunças, que a escola precisa esconder. Arrumamos o espaço, desocupando a sala, que por sinal era enorme, lavando, limpando e por ultimo: pintando de preto e transformando em um teatro de verdade.

 

Começaram os ensaios, exercícios, saraus e tivemos o primeiro desafio: Montar um seminário sobre a Revolução Francesa, que acabou virando um espetáculo. Montamos o cenário, ensaiamos, selecionamos o figurino e até confeccionamos material de cena. Os alunos eram bons, e o espetáculo foi muito bem aceito. Passado a apresentação dos alunos da escola, montamos o espetáculo da Revolução, com o pessoal do grupo, e fizemos duas apresentações em janeiro de 2009, dentro da própria escola, até começarmos a estudar novas propostas para uma próxima montagem.

 

Em maio de 2009, começamos a adaptação de Belfagor, de Nicolau Maquiavel. A partir disso, começamos as apresentações dentro da própria escola em que estávamos e também em outras escolas da região Norte de São Paulo e na Diretoria de Ensino Norte 1. No fim da temporada, tivemos mais de 5.000 espectadores, sendo em sua maioria, alunos de escola pública.

 

No começo de 2010, uma das salas da escola desabou e nosso grupo teve de sair do espaço, para este virar uma sala de aula. Duas irmãs do grupo, tinham um galpão da família, que estava sem uso e que poderíamos ocupar. Não era o teatro ideal, nem de longe, mas era um espaço que servia para guardarmos o material e ensaiarmos. Nesse espaço, foram feitos saraus, reuniões e até mesmo um espetáculo, tudo na improvisação. E continuamos as apresentações de Belfagor nas escolas.

 

Mais uma vez, tivemos que procurar outro lugar. Um “amigo” nos apresentou um galpão, em Pirituba, zona oeste da cidade. Um galpão abandonado, de 18x5m, todo sujo e caindo aos pedaços, mas reaproveitamos materiais e deixamos o lugar mais agradável. Com a grande distância Tucuruvi – Pirituba, o grupo foi se dissolvendo, até ficarmos com 3 pessoas. Mas a quantidade de integrantes não nos fez parar nosso trabalho, e começamos a estudar sobre a nova peça. Estudamos a possibilidade de criar uma peça partir da música “Geni e o Zepelin”, mas a ideia ficou apenas no papel. Então, começamos a montar “O Julgamento”, que foi uma montagem diferente, de teatro de rua.

 

Paralelo a criação da peça, fomos deixando nosso espaço mais receptivo, pintamos o espaço, escrevendo “TeatroSilva” na frente inteira do galpão, convidamos grafiteiros, que fizeram arte nas paredes restantes, criamos uma horta em pneus, chamando a atenção e participação das vizinhas do entorno, convidamos duas parceiras da bioconstrução para dar oficina de geodésica e de compostagem no nosso espaço, montamos cerquinhas em volta do galpão, para proteger a hortinha dos animais, recebemos os amigos do Pedal Verde, que plantaram mudas e fizeram um piquenique no espaço. Enfim, não faltava atividades no nosso espaço, mas o mesmo “amigo” que nos colocou lá, queria agora que fossemos fazer campanha para o político dele. Negamos, e isso fez com que ele colocasse parte dos vizinhos (os que não nos conheciam e nem frequentavam o espaço) contra o teatro e colocaram a gente pra fora.

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Mas continuamos com O Julgamento. Mesmo sem uma “sede”, ou um espaço físico, continuamos nos reunindo e apresentando a peça, até conhecermos um grupo chamado “Click”, que uma das meninas do grupo, era filha da coordenadora de uma escola pública da região. EE Ermano Marchetti. Um lugar já conhecido, foi um grande prazer sermos chamados pra trabalhar nessa escola.

 

Começamos sem um lugar fixo, mas logo ocupamos um “buraco”, antigo (e nunca utilizado) laboratório da escola, feito até então de depósito. Arrumamos o espaço, com todo apoio da coordenadora da escola, sempre ajudando quando preciso. O grupo se renovou, entraram os alunos da escola no grupo e esse foi um novo começo pro TeatroSilva.

 

Em Agosto de 2013, realizaram uma programação especial de aniversário totalizando 10 atividades culturais na região de Pirituba e terminando com uma festa, no dia 01 de Setembro. Em Novembro, recebemos da Câmara Municipal de São Paulo, uma homenagem de reconhecimento público pelo relevante trabalho desenvolvido na área Cultural.

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Em 2014 começamos uma nova turma na escola, a E.E. Sílvio Xavier Antunes. Chegando a ter um total 41 alunos frequentes, nas duas turmas.

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Em 2015, nossa primeira participação na Virada Cultural e as ações de Ocupação do Projeto Buracão, para implementar o Eco Teatro (o que acabou não acontecendo).

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Em janeiro de 2016 assumimos a gestão do Hortão da Casa Verde onde estabelece a sede, espaço de aulas e ensaios do teatro. Inicia-se, depois de seis anos, o projeto do Eco Teatro, com horta de permacultura, pesquisas de bioconstrução, estruturas geodésicas e o início da criação de uma nova Rede de Cultura e Hortas Urbanas na Região da Zona Norte. No final deste mesmo ano, o grupo sai às ruas usando bicicletas, levando todos os equipamentos e instrumentos em uma carretinha, acoplada em uma das bikes. Fomos convidados a fazer uma apresentação no Instituto Federal de São Paulo, em evento.

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Em 2017 iniciamos três novas turmas de teatro em duas escolas públicas diferentes: Jd. Rincão, em Pirituba e Matão na Casa Verde. No espaço da horta acontecem os eventos mensais que tiveram 6 edições. É iniciado o processo de criação de uma peça: Geni. Uma parte do elenco deixa o teatro e a dramaturgia é arquivada. Quatro pessoas remanescentes iniciam uma pesquisa que resulta no atual momento do grupo, a possibilidade de estrear um trabalho novo que foi intitulado Caixa/Experimento Endobiose.

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No ano de 2018, muita coisa aconteceu. Graças ao “A Aurora é Coletiva”, edital do Teatro do Incêndio, foi possível realizar a continuidade do projeto no espaço deles, em concomitância com as atividades permanentes em nossa sede na Casa Verde. A residência visou a criação da dramaturgia, preparação do elenco, produção, montagem e circulação do espetáculo Caixa/Experimento Endobiose, dramaturgia de criação coletiva do TeatroSilva, com a direção de Sandro Baal Demarÿ. Em setembro, iniciamos em parceria com o Espaço Cultural Brito Broca e o Mocupija (Movimento de Cultura Pirituba-Jaraguá), as oficinas de teatro. No final de novembro, o espaço do TeatroSilva foi roubado e perdemos muitos equipamentos e muitas coisas foram destruídas.

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2019, ano do recomeço. Começamos duas turmas de formação em teatro no Espaço Cultural Brito Broca, em Pirituba. Com isso, duas peças estão sendo ensaiadas, A Caixa/Experimento Endobiose e Tirania, com os jovens da região.

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Contemplados pelo Fomento à Cultura da Periferia, o projeto Formação Artística - Conceitos Estéticos com Jovens Periféricos entra em cena em 4 escolas da região de Pirituba.

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2020 foi o início do nosso tão sonhado projeto, que teve que ser paralisado e modificado para ser realizado de forma totalmente online.

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